Antes mesmo dos seis meses de idade, os bebês já demonstram suas emoções. Por meio da expressão corporal e facial, eles já expressam medo e alegria. Ou seja, o desenvolvimento da inteligência emocional começa muito antes do ingresso da criança na escola.
Sendo assim, é fundamental que os responsáveis pelas crianças, mesmo pelas muito pequenas, entendam que emoções são naturais, que não é feio expressá-las, e tampouco são de menor valor. Como parte da linguagem corporal, as emoções precisam ser “ouvidas” e acolhidas.
As emoções compõem o sistema afetivo e estão sempre associadas a estímulos, que podem ser memórias, ideias que ficam no imaginário ou situações enfrentadas no mundo real. Próprias da existência humana, elas não podem ser classificadas como boas ou ruins, mas podem ser agradáveis ou positivas, ou mesmo desagradáveis ou negativas. Apesar de não ser possível controlar as emoções, pode-se aprender a tomar consciência delas.
Falar em educação socioemocional, então, significa falar sobre o desenvolvimento da capacidade de nomear emoções e sentimentos, de compreendê-los e de identificar diferenças entre eles. Aprender a lidar com as emoções é fundamental para o crescimento emocional e intelectual das crianças e contribui para que elas desenvolvam o autoconhecimento.
Educar as emoções é uma tarefa que, nas últimas décadas, tem ganhado cada vez mais importância. Um dos motivos é a criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que determina os conhecimentos e as habilidades que todos os alunos e alunas têm o direito de aprender, independentemente da região, raça ou classe socioeconômica.
Entre as normas da BNCC está a implantação da educação socioemocional no currículo de todas as escolas do Brasil. Ou seja, professores devem considerar as emoções no processo de aprendizagem das crianças. Afinal, a escola é, muitas vezes, o primeiro local onde elas se deparam com realidades diferentes das suas. É onde se relacionam e ampliam o conhecimento sobre si e sobre o mundo. Isso significa que empatia e respeito, por exemplo, também se aprendem na sala de aula.
Assim, com o desenvolvimento da inteligência emocional, o conhecimento sobre si mesma é aprimorado e a criança adquire habilidades que lhe permitem gerenciar melhor suas emoções. Essas habilidades, tal como a empatia, fortalecem as relações e potencializam o desenvolvimento.
Nesse contexto, tanto o ambiente familiar quanto o escolar são espaços de aprendizagem. São com familiares, professores e amigos que as crianças constroem laços e aprendem sobre a vida. Por isso, pensar como desenvolver as habilidades socioemocionais implica ter em mente que esse é um trabalho compartilhado entre famílias e escolas.
Aprender a identificar e gerenciar emoções melhora e fortalece relações. É por isso que famílias e escolas devem trabalhar em conjunto para proporcionar às crianças situações de aprendizagem, experiências e reflexões que permitam o desenvolvimento dessa habilidade. Esta coleção apoia famílias e educadores na tarefa de acompanhar e guiar seus filhos e alunos nessa jornada para que, assim, possam se desenvolver de maneira saudável, física e emocionalmente.
A educação socioemocional está ligada ao desenvolvimento de competências essenciais para a vida em sociedade no século XXI. Assim, a coleção “Vamos Falar Sobre Emoções?” tem como objetivos:
- Proporcionar uma aprendizagem emocional efetiva por meio de brincadeiras e experiências.
- Demonstrar a importância das emoções para o desenvolvimento do ser humano.
- Desenvolver a capacidade de compreender e nomear emoções e sentimentos, bem como identificar diferenças entre eles.
- Promover a reflexão e criar situações diversas para que as crianças possam vivenciar experiências plurais, que contribuam para um maior conhecimento sobre si mesmas.
- Evidenciar que não é possível controlar as emoções, mas sim gerenciá-las.
- Ensinar estratégias para o gerenciamento das emoções de forma saudável.
- Explicar o que são emoções básicas e como reconhecê-las.
- Estimular exercícios de atenção e concentração.
- Orientar sobre como reconhecer as sensações físicas causadas pelas emoções.
- Refletir sobre como as emoções impactam em atitudes e comportamentos.
- Estimular a autoaceitação, autoconfiança e autoestima das crianças.
- Ampliar a capacidade empática e despertar a curiosidade pelo outro, proporcionando possibilidades para o contato com diferentes vivências.