A obesidade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma doença multifatorial e de difícil controle, caracterizada pelo excesso de gordura armazenado em diferentes partes do corpo, resultando em impacto negativo à saúde global, e aumento na prevalência de inúmeras doenças crônicas correlacionadas. Entre estas: doenças cardiovasculares, hepáticas, hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, distúrbios do sono, transtornos do humor, entre outras. A obesidade, incluída no Código Internacional de Doenças sob o número (CID – E66), está relacionada a fatores genéticos, mas o sedentarismo e os hábitos alimentares inadequados influenciam significativamente o aumento na sua prevalência.
Além disso, o levantamento do Ministério da Saúde revela que 51% da população brasileira adulta apresenta excesso de peso corporal. A obesidade não interfere apenas na qualidade de vida e na saúde do indivíduo, ela representa também elevação dos gastos do Estado na assistência médica às pessoas com esta doença e outras doenças crônicas que coexistem no mesmo indivíduo.
Com o intuito de reverter o quadro, a obesidade faz parte de muitas campanhas e políticas de saúde governamental, e projetos e leis foram aprovados para regulamentar as refeições oferecidas em cantinas de escolas públicas e privadas no país (proibição da venda de bebidas de baixo teor nutricional e de alimentos ricos em açúcar, gordura saturada, gordura trans ou sódio), e, adequações na oferta de frutas da estação in natura, inteira ou em pedaços, ou na forma de suco), a veiculação de alimentos em propagandas e a adoção de conteúdo pedagógico nas escolas sobre hábitos saudáveis de alimentação.
As iniciativas legais avançaram muito, no entanto, as informações sobre a obesidade precisam atingir toda a sociedade para que seus diversos segmentos – família, escola, trabalho, agentes de governo – se sensibilizem e se articulem a fim de tomar as medidas necessárias para conter os números crescentes dos casos de obesidade e situações decorrentes: bullying, preconceito, estigmatização e segregação social.
Na escola, o tema saúde e assuntos a ele relacionados, como obesidade, hábitos alimentares e sedentarismo, têm sido amplamente abordados e discutidos desde 1988, no Tema Transversal Saúde dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), mas muito ainda precisa ser feito. É necessário incentivar as crianças e os jovens a se alimentarem de maneira mais saudável e envolver também a família nas ações de monitoramento da alimentação e mudanças de hábitos.
Alimentação inadequada e baixa prática de atividade física têm impacto direto na saúde das pessoas. De maneira geral, a prevenção da obesidade não deve focar apenas na perda do peso, mas na promoção da saúde, de hábitos saudáveis, do bem-estar físico, psíquico e emocional e de uma boa qualidade de vida. Dessa forma, as ações devem estimular uma alimentação equilibrada, a prática de atividades físicas, a autoestima e o respeito pela diversidade de tipos físicos. Nessa perspectiva, a Coleção Obsesidade Infantil apresenta como objetivos para o educador, para o educando e para a família:
- Conscientizar e orientar sobre os males provocados pela obesidade infantil, suas causas, consequências e formas de evitá-la e tratá-la.
- Informar que o desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis desde a infância, perpetuados ao longo da vida, contribui para o controle do peso corporal;
- Elucidar que uma rotina de alimentação saudável associada à prática regular de exercícios físicos pode promover a redução do peso corporal;
- Esclarecer o que é estilo de vida saudável;
- Informar o que é sedentarismo e como isso contribui para a obesidade;
- Explicar a importância das escolhas alimentares para o controle do peso corporal;
- Ensinar a importância do fracionamento das refeições e da mastigação para o controle do peso corporal;
- Esclarecer a função da Pirâmide Alimentar;
- Analisar os grupos de alimentos da Pirâmide Alimentar;
- Elucidar que mudanças de hábitos em casa, na escola e em outros lugares frequentados são necessárias para a controle ou redução do peso;
- Explicar a importância da leitura de rótulos nutricionais de alimentos para uma alimentação equilibrada;
- Estimular o desenvolvimento de bons hábitos alimentares e de hábitos saudáveis;
- Propiciar que bons hábitos alimentares de dentro da escola sejam levados para a casa dos educandos;
- Promover a saúde e contribuir para a redução do número de crianças obesas no país.