Com as mudanças e/ou alterações que vem ocorrendo ao longo do tempo tanto no ambiente físico, social e biológico, vários agravos de interesse em saúde pública foram se manifestando, quer por ordem de fatores próprios do desenvolvimento ou por consequência do ser humano propiciando condições para sua ocorrência. Essas doenças têm mecanismos de transmissão, muitas vezes sem interferência externa direta, outras, ao contrário, necessitam de fatores coadjuvantes para atingirem o hospedeiro.
Merece destaque as doenças transmitidas por vetores, que, por consequência de crescimento desordenado, saneamento básico muitas vezes precário, infraestrutura urbana deficiente são agravadas em função desses elementos facilitadores de sua propagação.
Nesta obra ressaltam-se os mosquitos, dentre eles, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, o primeiro mais preocupante em meio urbano pelos agravos de grande importância que transmite.
Reintroduzido no Brasil desde 1976, o Aedes aegypti encontrou condições favoráveis à proliferação, principalmente pelo comportamento humano no ambiente social, deixando condições de criadouros em que frequentemente permanece. A facilidade no mundo moderno de produzir e dispensar produtos descartáveis é muito grande.
Qualquer alimento ou líquido ingerido pode gerar resíduo descartável, facilmente tornando-se um criadouro apropriado para a proliferação de mosquitos, bastando, para isso, acumular água em determinado momento.
Importante ressaltar as principais doenças transmitidas por mosquito e que aterrorizam o mundo todo: dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela.
A dengue, sem dúvida, é a que mais acomete a população, produzindo cerca de 80 milhões de infecções, muitas com necessidade de hospitalização e com número crescente de óbitos, o que justifica a preocupação das autoridades em saúde pública no mundo todo.
Outro agravo que vem chamando a atenção pelo risco de sua urbanização é a febre amarela, que, em épocas passadas, foi responsável por grandes epidemias, trazendo, com sua alta letalidade, grande número de óbitos. Contudo, é prevenível por vacina.
Dengue, chikungunya e zika vírus ainda não dispõem de vacina no calendário de vacinação nacional, apesar do grande esforço científico por parte de pesquisadores para a conquista de vacina segura, eficiente e eficaz no enfrentamento desses agravos.
Somando-se aos agravos que podem ser causados por mosquitos, acidentes causados por aracnídeos vêm apresentando importante aumento, principalmente os relacionados a algumas espécies de escorpiões e de aranhas.
O ser humano, cada vez mais invasivo no meio ambiente, tem proporcionado habitat favorável à instalação e proliferação desses animais, acarretando como consequências altos números de acidentes com escorpiões e aranhas, grandes transtornos à saúde e muitas situações de óbitos. Dos dados apresentados (preliminares em 06/09/2019) pelo Ministério da Saúde, em 2018 foram 265.546 casos de acidentes por animais peçonhentos com 280 óbitos, destes, 156.833 casos (59,1%) foram por escorpião, com 94 óbitos (33,6%) e 36.092 casos (13,6%) foram por aranhas, com 11 óbitos (3,9%).
Diante do cenário que se apresenta, somente com a participação social de todos será possível estabelecer melhor controle sobre esses agravos, impedindo a proliferação de mosquitos, escorpiões e aranhas ao não propiciar ambientes e criadouros para que se desenvolvam.
A coleção Mosquitos, escorpiões e aranhas – Para prevenir a dengue, outras doenças e picadas foi planejada para envolver alunos e suas famílias, professores e toda a comunidade escolar na prevenção e combate aos mosquitos transmissores da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela e aos escorpiões e às aranhas que tantos acidentes têm causado pelo Brasil, promovendo ações no cotidiano para alcançar um ambiente e uma vida mais saudável para todos.
Para reduzir as estatísticas relacionadas aos casos de doenças transmitidas por mosquitos e aos acidentes causados por escorpiões e aranhas é preciso esclarecer a população sobre os riscos à saúde a que está exposta, a fim de sensibilizá-la a participar ativamente do controle desses animais por meio da eliminação de criadouros que propiciem seu desenvolvimento bem como dos cuidados necessários para evitá-los.
Apesar de grandes esforços e campanhas públicas implantadas, ainda há muito a ser feito para que toda a população participe do saneamento dos espaços que frequenta, descartando resíduos em locais adequados e não acumulando lixo e entulhos de construção, por exemplo, em quintais ou vias públicas.
É por meio da educação que se pode formar cidadãos conscientes, críticos e participativos para alcançar um mesmo objetivo: a saúde e o bem-estar de toda a população.
A coleção se propõe a informar e esclarecer:
- Sobre criadouros dos mosquitos Aedes aegypti (e Aedes albopictus) e maneiras de eliminá-los, para prevenir a disseminação do vetor,
- A respeito de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (e Aedes albopictus), respectivos sintomas e tratamentos disponíveis,
- Condições para a instalação e proliferação de escorpiões e maneiras de reduzir a proliferação e acidentes causados por esses animais,
- A respeito de espécies de escorpiões de interesse para a saúde pública e área de ocorrência,
- Sobre atendimento necessário em caso de acidente causado por escorpiões.
- Condições para a instalação e proliferação de aranhas e maneiras de reduzir a proliferação e acidentes causados por esses animais,
- A respeito de espécies de aranhas de interesse para a saúde pública,
- Sobre atendimento necessário em caso de acidente causado por aranhas,
- As maneiras como toda a população pode participar para eliminar os mosquitos transmissores de doenças e os escorpiões e as aranhas que representam perigo para a saúde do ser humano, visando o bem-estar e a saúde de todos.